Tribo Indígena Piquiá

03/09/2013 18:54

ÍNDIO E MEIO AMBIENTE

Os povos indígenas habitam o Pará desde tempos imemoriais, vivendo geralmente em territórios específicos, de acordo com o modo de vida sócio - cultural peculiar à cada grupo. Ao longo da História conviveram e se desenvolveram de forma sustentável, preservando o meio ambiente e adquirindo minucioso conhecimento e domínio de sua diversidade biológica e ecológica.

Esta relação interativa com a natureza permitiu-lhes conhecer e criar técnicas específicas de manejo dos diversos ecossistemas, empregando seus conhecimentos no desenvolvimento de tecnologias adequadas à exploração e manutenção do acervo natural e ambiental. O conhecimento indígena, secularmente repassado a seus descendentes, permite que milhões de caboclos produzam e se reproduzam, até hoje, no interior amazônico.

ECONOMIA INDÍGENA

Os povos indígenas convivem secularmente com a floresta, por isso são exímios conhecedores de seu meio. Isto lhes capacitou a dominar o meio ambiente e desenvolver tecnologias eficientes e apropriadas na extração, utilização e manutenção dos recursos naturais e fontes disponíveis como: florestas, rios, lagos, igarapés, etc. Assim eles desenvolvem uma economia sustentável produtiva e diversificada, gerando alimentos, medicamentos, utensílios e ferramentas.

Os indígenas observam as regiões e o clima para executar agricultura, caça, pesca e coleta de frutos. Produzem todos os alimentos necessários a uma dieta alimentar rica e balanceada. A atividade comercial decorre de como os grupos julgam necessário. Arte e cultura também integram sua economia. Essa estrutura é alterada a partir de pressões externas.

 

CÍRIO DE NAZARÉ

A LENDA

Era fim de 1700. Plácido era um caboclo da região. Certo dia, saiu para caçar no rumo do igarapé Murutucu. Horas depois, após muito caminhar na mata, parou para refrescar-se nas margens do igarapé e viu a imagem da Santa entre as pedras cheias de lodo.

Plácido levou a imagem para sua casa e ali num altar humilde passou a venerar a Santa. Mas, no dia seguinte a imagem havia sumido. Sem saber o que acontecera, Plácido saiu andando pela estrada indo parar nas margens do Murutucu. Para sua surpresa, a imagem estava novamente entre as pedras, no mesmo lugar onde fora encontrada.

Dizem os devotos, que a Santa sumiu outras vezes e essa história chegou ao conhecimento do governador, que mandou levar a Imagem para o palácio e a manteve sob severa vigilância. Mas, pela manhã a Imagem havia sumido novamente. Os devotos concluíram que a Santa queria ficar às margens do Igarapé e lá construíram a primeira Ermida.

O povo vem desde então invocando a Santa e atribuindo a ela as muitas graças recebidas. Foi assim que o culto nasceu e evoluiu.

A transladação no Sábado e o Círio no 2º Domingo de Outubro reproduzem simbolicamente o milagre, fazendo o trajeto da Santa das margens do Igarapé Murutucu (atual Colégio Gentil) até a cidade (atual Catedral na Cidade Velha) e seu retorno (atual Basílica de Nazaré).

A FESTA

O Círio é a expressão de dois sentimentos fortes do povo brasileiro: a fé religiosa e o gosto pela festa.

Durante os quinze dias que duram a festa, Belém é envolvida por um espírito de união, onde a família paraense se confraterniza.

O ponto alto da festa é o almoço do Círio. Com mesa farta de comidas típicas de dar água na boca: o pato no tucupi, a maniçoba, o tacacá ou o casquinho de caranguejo....

À noite, o espetáculo é ver a Basílica iluminada, mais de 4.000 lâmpadas são colocadas para fazer os contornos da Fachada da Basílica de Nazaré.

No largo de Nazaré, onde foi construído o CAM – conjunto Arquitetônico de Nazaré, dezenas de pessoas constróem barraquinhas de madeira para venda de bebidas, comidas típicas. As ruas ficam coloridas por brinquedos de miriti, em forma de barquinhos, cobras, carrinhos de vários formatos e tamanhos, que são vendidos nas calçadas e um sem número de lembranças do Círio.

Na concha acústica do CAM, são organizados shows, com músicos famosos e conjuntos de rock que levam a juventude ao delírio. Além disso o arraial montado ao lado da Basílica, garante a diversão da garotada, com direito a roda gigante e muitos brinquedos que vão desde o tradicional cavalinho até modernos jogos eletrônicos.

Durante todo o período do Círio, Belém é só festa, a cidade ganha uma alegria contagiante, uma mistura de fé, folclore, cores e sabores. Por tudo isso, o Círio é considerado o Natal dos paraenses.

A PROCISSÃO

Em Belém do Pará, no 2º Domingo de outubro, acontece a maior manifestação religiosa do Brasil. Na verdade toda a população de Belém, mais de um milhão de habitantes e grande parte da população do interior e estados vizinhos participam da festa. Nenhuma outra, inclusive o Natal, nem mesmo festas e espetáculos profanos, como o carnaval e o futebol, tem para o paraense o significado e a importância do Círio.

Os 15 dias de homenagem à Virgem de Nazaré começam com a Transladação que é uma procissão noturna, que acontece na noite do 2º Sábado de outubro, quando o povo conduz a Imagem da Virgem da Capela do Colégio Gentil Bittencourt em Nazaré até a Catedral Metropolitana na Cidade Velha.

A procissão do Círio propriamente dita, acontece no 2º Domingo de outubro, quando saindo da Catedral, a Imagem é conduzida pelo povo até o Largo onde está a Basílica de N.S. de Nazaré. Esse percurso de mais ou menos 2,5 Km é percorrido em 4 horas e mobiliza milhares de pessoas nas ruas de Belém, sem contar outras milhares que assistem à passagem da santa dos edifícios, das janelas das casas, dos palanques e arquibancadas armados nas praças, entoando cânticos e proferindo fervorosas orações num lindíssimo espetáculo de fé.

A procissão é repleta de simbolismo. O traço mais marcante é uma corda, utilizada para puxar o luxuoso carro que transporta a Imagem da Santa. Entre os devotos, a corda representa o elo de ligação do povo com a Virgem. São milhares de romeiros descalços, disputando cada pedaço da corda, fazendo assim um autêntico cinturão humano que protege a Berlinda.

O pagamento de promessas durante a procissão é um dos fatos mais impressionantes. Em agradecimento as graças recebidas por intercessão da Santa, muitos romeiros se vestem com longas mortalhas arrastando pesadas cruzes de madeira, outros levam miniaturas de casas, mini-embarcações e muitos outros objetos que aludem aos milagres feitos pela Virgem. No "carro dos milagres", um barco sobre rodas onde são colocados braços, cabeças e outras partes do corpo trabalhadas em cera, que representam a cura de uma enfermidade por milagre da Santa. Este carro representa o naufrágio do navio São João Batista, em 1846, em que as pessoas se salvaram graças à ação milagrosa da Virgem.

Desde 1986, as festividades de Círio incluem a Romaria Fluvial, realizada no Sábado de manhã. A imagem é levada através da Baía de Guajará, do trapiche de Icoaraci à escadinha do Cais em Belém, acompanhada por um grande número de embarcações.

Durante os 15 dias no arraial no largo de Nazaré, tudo é festa, há fogos de artifício, comidas típicas e parque de diversão. O encerramento dos festejos dá-se após o 4º Domingo de outubro, com a procissão de retorno, chamada Recírio, quando a imagem é devolvida ao seu nicho na Capela Gentil Bittencourt.

 

 

FAUNA

Conhecer o Pará é desvendar seus variados ecossistemas, apreciar de perto a exuberância de suas matas, passeando entre rios e igarapés e, com um olhar mais atento, perceber os curiosos animais que habitam essa região. Sob a sombra da Floresta Amazônica vivem inúmeras espécies da fauna, que comprovam a rica biodiversidade da região.

Tal é a grandeza desse universo verde, que com frequência os pesquisadores ainda estão descobrindo novos animais. São mais de 2 mil espécies de peixes, cerca de 950 tipos de pássaros e 300 espécies de mamíferos.

São animais exóticos como o peixe-boi, de mais de 2 metros de comprimento, a ave guará, que em revoadas nos finais de tarde no Marajó colore a ilha com sua penugem vermelha, ou ainda o poraquê, peixe que libera descarga elétrica para atacar suas presas.

Conheça o Pará e tenha contatos inesquecíveis com essa maravilhosa fauna.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

FLORESTA DE TERRA FIRME

As florestas de terra firme ocupam terras não inundáveis. São recentes, originadas da sedimentação da bacia amazônica no período terciário. Caracterizam-se pelo grande porte das árvores e formação de dossel, isto é, uma compacta e permanente cobertura formada pelas copas das árvores. No geral possuem de 140 a 280 espécies arbóreas por hectare, número impressionante se compararmos com a diversidade das florestas temperadas e boreais.

As florestas de terra firme dividem-se em florestas densas, as mais diversas e com maior quantidade de madeira, e floresta abertas, mais próximas dos escudos e depressões e que sustentam maior biomassa animal.

Algumas espécies representativas são: castanha-do-pará, caucho, sapucaia, maçaranduba, acapu, cedro, mogno, angelim-pedra, paxiúba (palmeira) e figueira (mata-paus).

 

 

ARTESANATO

Um dos aspectos mais charmosos da cultura paraense é o artesanato. As peças, ricas em detalhes, guardam tradições que vão ganhando novos traços com o passar do tempo, sem perder as marcas originais.

A cerâmica, produzida de forma rudimentar por artesãos a partir da argila, pode ser encontrada em utensílios domésticos, peças decorativas e urnas. Todos inspirados nas artes marajoara e tapajônica dos primeiros índios que ocuparam a região.

Esculturas em madeira, fibras vegetais, couro, raízes aromáticas e as conhecidas bonecas-de-cheiro também fazem parte do artesanato paraense.

São preciosidades encontradas nas feiras e lojas de artesanato, espalhadas na capital e nas principais cidades do Estado. É um pedacinho do Pará que você pode levar pra casa!

 

 

 

GASTROMOMIA

Entrando pela porta da cozinha você está convidado a conhecer um mundo mágico, onde a natureza comanda o espetáculo.

A cozinha paraense é a mais rica e mais autêntica do Brasil.

Os pratos típicos utilizam produtos naturais, colhidos das fontes mais puras encontradas na flora e na fauna amazônicas, sem similar em outro lugar do mundo.

Nomes excêntricos como tucupi, tacacá, maniçoba, pirarucu, açaí, cupuaçu ou bacuri, correspondem a comidas, peixes ou frutas irresistíveis à primeira mordida.

Por usar produtos naturais, conhecidos há séculos pelos índios da região, a culinária paraense sobrevive ao tempo, mostrando pouca influência dos europeus ou africanos.

Venha saborear o pato no tucupi, a maniçoba ou o sorvete de bacuri. Só há uma exigência: esquecer a dieta.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Link: https://www.cdpara.pa.gov.br/linkps.ph